A Teoria Escatológica da História Linear

Want create site? Find Free WordPress Themes and plugins.

A teoria Escatológica da História Linear trabalha a história temporal (iniciada a partir do primeiro versículo da Bíblia), dividindo-a em períodos marcados pelas palavras gregas Kairós e Cronos. A palavra cronos define o tempo que passa, um espaço ou intervalo de tempo, o tempo medido pelo relógio. Já Kairós é o tempo no qual acontece algo especial e memorável, o tempo oportuno. As duas palavras aparecem na Bíblia. Em João 7: 6, Jesus diz que seu Kairós ainda não estava cumprido., embora sua idade cronológica já tinha superado os 30 anos. Em At 1: 7, a palavra cronos é traduzida por tempos e a palavra Kairós, por épocas.

            Paul Tillich diferencia Cronos (tempo formal) de Kairós (tempo certo), afirmando que Kairós deve ser elevado “à categoria de princípio geral da história” o que o tornaria relevante em todos os tempos (passado, presente e futuro). Dessa forma, se considerarmos o Kairós universal, aquele que vale para todas as pessoas, esse seria um tempo que alteraria todo o cronos que viria em seguida e significaria um rompimento com o cronos anterior.

            Em Gálatas 4: 4, Paulo define o nascimento de Jesus como tendo ocorrido no Plenitude (pleroma) do tempo (cronos). Esse teria sido o principal Kairós da história, por isso chamado de plenitude.

            Dessa forma, a Teoria Escatológica da História Linear trabalha toda a história temporal a partir de uma cronologia interrompida pelos momentos Kairós, que trouxeram uma intervenção da providência divina na história, pis Deus é o Senhor da História. Cada uma dessas intervenções alteraram todo o curso dos acontecimentos a partir daí.

            Embora essa teoria defenda o pré-tribulacionismo e o pré-milenismo, escatologicamente, ela se difere do dispensacionalismo, por não trabalhar com as diversas dispensações propostas por aquela linha de pensamento e por não concordar com propostas de salvações diferentes em cada era. A Teoria Escatológica da História Linear entende que desde o Kairós da queda do homem, a proposta de salvação é sempre por meio da graça, mediante a fé, não sofrendo alterações nos diversos Kairós.

1º Kairós – Criação

Identificado pelo primeiro versículo da Bíblia, esse Kairós define o momento em que tempo (Kairós e cronos) passaram a existir, juntamente e totalmente interdependente de Matéria e Espaço. Aqui foram criados os céus e a Terra, com seus habitantes iniciais: seres angelicais, espécies animais e vegetais.

1º Cronos

            Período, possivelmente de milhões de anos, passado entre a criação inicial e a queda dos anjos. Os céus eram habitados por seres celestiais e a Terra por seres terrenos (Dinossauros?). Baseado em Ezequiel 28: 11+, é possível que o anjo querubim que liderou a rebelião dos anjos, descrita na Bíblia, tenha habitado e governado esta Terra, naquele período, a partir de um Eden mineral.

2º Kairós – Queda dos anjos

            Em algum momento entre o primeiro e o segundo versículo da Bíblia, houve uma rebelião de anjos que provocou que eles fossem expulsos do céu. Essa rebelião aparece em II Pedro 2: 4 e Jd 6. Junta-se ao texto de Mateus 25: 41 que associa esses anjos rebeldes ao diabo e teremos a visão da queda e da liderança dessa queda.

C. S. Lewis considera impossível deixar de acreditar na história sagrada que, embora não incluída nas Escrituras, foi sempre amplamente divulgada na Igreja: a história de que o homem não foi a primeira criatura a se rebelar contra o Criador, mas que um ser mais antigo e poderoso, há muito tempo, tornou-se apóstata e é agora o imperador das trevas. A doutrina da existência e queda de Satanás não contradiz nenhum fato descoberto pela ciência, portanto, é razoável crer que algum extraordinário poder criado já operava para o mal muito antes do homem entrar em cena.

2º Cronos

            Tempo decorrido entre essa queda de anjos e a restauração da Terra em Gênesis 3. A Terra estava sem forma e vazia. Havia trevas sobre a face do abismo e o Espírito de Deus pairava sobre a face das águas. Ou seja, havia se instalado o caos. Não tem como ter certeza se esse caos foi determinado pela queda dos anjos, mas essa é a maior probabilidade.

3º Kairós – Criação dos Nefilins

            Deus restaura (não cria) a Terra entre os versículos 3 a 20. Note que o verbo Bara que aparece no primeiro versículo da Bíblia, só volta a aparecer no versículo 21, quando Deus cria algumas espécies de animais. Depois ele volta a aparecer na criação da primeira espécie humana em Gênesis 1: 26-27. Vários textos bíblicos (Gn 1: 29, Gn 2: 7, Gn 2: 22, Gn 3: 18, Gn 4: !4, Gn 6: 4) demonstram que o homem de Gênesis 1 e Adão eram seres humanos de espécies diferentes, ainda que criados a imagem e semelhança de Deus). Chamamos o homem criado em Gênesis 1 de Nefilim, conforme o nome que a Bíblia o chama.

3º Cronos

            Intervalo de tempo decorrido entre a criação do primeiro homem e a formação de Adão (final de Gênesis 1 e início de Gênesis 2). Especula-se de que a primeira espécie humana teria sofrido uma queda nesse período, mas a Bíblia não a relata.

4º Kairós – Formação de Adão

            A Bíblia relata essa formação em Gênesis 2: 7 em três etapas: 1) Deus molda o corpo do pó da terra; 2) Deus sopra de seu Espírito no homem; 3) O homem se torna alma vivente. Então Deus coloca esse homem em um jardim plantado na região do Éden, para guardar e cultivar esse jardim.

4º cronos

            Esse período se passa entre a formação de Adão e a queda. E está compreendido no capítulo 2 de Gênesis. Nesse período, Eva é criada e o casal habita no jardim, tendo o restante da criação sob seu domínio, se alimentando dos frutos das árvores do jardim e em plena comunhão com Deus. É difícil precisar exatamente a duração desse período. Alguns estudiosos definem esse tempo em 3 ou 4 anos. Sabe-se que Caim foi gerado após a expulsão do homem do jardim e que Sete nasceu com Adão tinha 130 anos. Não se sabe exatamente quantos anos Caim era mais velho que Sete, apenas que aquele já era adulto quando este nasceu.

5º Kairós – Queda de Adão

            O texto de Gênesis 3 relata essa queda. Enganada pelo diabo, Eva come do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal e o dá para Adão que come também. Esse fruto leva o homem a estabelecer o bem e o mal a partir de sua decisão. Aquilo que era definido pela vontade de Deus, passou a ser definido pelo ser humano. Antes, era bom o que Deus dizia que era bom e era ruim o que Deus dizia que era ruim. Agora, era bom o que o próprio ser humano determinava.

5º Cronos

            Entre a queda e o dilúvio, presenciamos um tempo de aproximadamente 1.600 anos, quando as raças humanas se multiplicaram e se misturaram. Da junção dessas raças, surgiram os Gibors (Gn 6: 4). O ser humano se corrompeu totalmente, a ponto de Deus decidir destruir as duas raças quase que totalmente. Só sobraram 8 pessoas, salvas em uma arca.

6º Kairós – O Dilúvio

            Esse Kairós pode ser dividido em dois períodos: um de quarenta dias e quarenta noites em que toda a Terra foi assolada por chuvas torrenciais que a inundaram totalmente (Gn 6: 17) e um tempo de 150 dias, até que as águas escoassem. A Bíblia diz que morreram todos os seres vivos que habitavam na Terra, tanto homens como animais.

6º Cronos

Dez gerações após Noé, nasce Abraão. Nesse tempo, entre o dilúvio e a chamada de Abraão, os descendentes de Noé começam a se espalhar por todo o mundo, formando povos e nações. Nesse tempo também, os seres humanos que se comunicavam em uma mesma língua, tiveram essa língua dividida. Esse período durou mais de 350 anos. A história de Jó é possivelmente deste período.

7º Kairós – A Chamada de Abraão

            Desde Noé, Abraão foi o primeiro homem a quem, segundo a Bíblia, Deus se revela diretamente. Até então, conforme Gênesis 10, várias nações já vinham se estabelecendo na Terre e, portanto, Deus poderia ter escolhido um desses povos para se revelar às outras nações, mas Deus preferiu começar um povo novo, a partir de homens específicos. O primeiro desses patriarcas foi Abraão que foi chamado para ser bênção para todas as famílias da Terra.Deesa forma, a formação de Israel não tinha o objetivo tornar Deus exclusivo dessa nação, mas que eles manifestassem a glória de Deus a todos os povos. A história do chamado de Abraão está no capítulo 12 de Gênesis.

8º Cronos

             Um novo período cronológico é estabelecido entre a chamada de Abraão e o estabelecimento da Aliança entre Deus e a nação de Israel. Nesse período, Abraão, Isaque e Jacó foram peregrinos na Terra de Canaã, um dos filhos de Jacó é levado escravo ao Egito, onde, posteriormente, torna-se o governador daquele país. Depois todas as tribos de Israel vão para o Egito, onde crescem e se multiplicam. Mais tarde, se tornam escravos no Egito, por séculos, até que Deus levanta Moisés e, através deste profeta e uma grande operação de milagres e prodígios, tira o povo de Israel do Egito, onde estabelece uma aliança com eles. Esse período total durou de 450 a 500 anos. Dessa forma, a contagem de 400 anos de cativeiro egípcio pode ter se iniciado quando Abraão desceu ao Egito.

9º Kairós – A Aliança Mosaica

            No Deserto, Deus entregou ao povo de Israel um conjunto de leis que deveriam ser cumpridas em sua nova nação. Aquele povo – por causa de desobediência – ainda permaneceu 40 anos no deserto, antes de entrar em Canaã.

9º Cronos

            Estabelecido na Terra, Israel viveu uma história de altos e baixos durante quase 1.500 anos, até o nascimento do Messias. Nesse período, passaram-se os Juízes, os Reis, a divisão do Reino, os cativeiros assírio, babilônio, persa, grego e romano. Durante o cativeiro persa, as tribos do sul (Judá e Benjamim) voltaram para a Terra. Entre o cativeiro grego e o Romano, houve um pequeno período de independência, no qual o povo foi governado pelos Asmoneus.

10º Kairós – O Nascimento do Messias

            No mais importante Kairós da história da humanidade, uma adolescente judia da casa de Davi, ainda virgem, achou-se grávida do Espírito Santo. No momento daquela concepção, o Deus onisciente, onipresente, onipotente e eterno tornou-se uma criança que precisou aprender a andar, falar, ler. Esse fato conhecido como União Hipostática definiu uma i=unidade perfeita entre o Filho de Deus, que também é Deus e aquele ser humano, união essa que nunca se quebrou. Não aconteceu, entretanto, uma mistura entre as duas naturezas Jesus permaneceu sendo 100% Deus e 100% Homem.

10º Cronos

            O Período de Vida terrena de Jesus que, segundo os estudiosos, variou de 34 a 39 anos é apresentado na Bíblia em duas etapas:

  1. Nascimento, fuga para o Egito, Infância, adolescência e Juventude passada em Nazaré (30 anos). Desse tempo, só sabemos que ele foi circuncidado ao 8º dia, apresentado no Templo aos 40 dias de nascido, discutiu com os doutores judeus aos 12 anos e crescia e se fortalecia, enchendo-se de sabedoria e de graça.
  2. Ministério Terreno, passado basicamente entre Judeia e Galileia (poucas saídas para territórios gentílicos e algumas passagens por Samaria). Nesse tempo, Ele realizou grandes milagres, pregou para multidões e discipulou algumas centenas de israelitas.


11º Kairós – Morte e Ressurreição de Jesus

      A morte de Jesus, acontecida entre o ano 29 e 33 de nossa era, tem uma representação infinita. Jesus levou sobre si os pecados de todos os seres humanos que já existiram, que existem e vão existir. Ao morrer, dessa forma, Ele fez propiciação pelos pecados do mundo inteiro. Na morte de Jesus, foi garantida a vitória sobre o pecado e foi efetuada nossa reconciliação com Deus. Essa reconciliação foi representada pelo véu do Templo que se rasgou no momento da morte de Jesus. Na Ressurreição de Jesus, a porta da nossa ressurreição da morte para a vida. Por sua morte, Cristo tomou para si a humanidade decaída.

11º Cronos

      Esse cronos entre a morte e ressureição de Jesus e a descida do Espírito Santo durou apenas 50 dias, mas teve uma grande importância, pois nesse período Jesus ressurreto esteve na Terra por 40 dias e apareceu muitas vezes até ser assunto ao céu. Nos dez dias restantes, um parte do grupo que assistiu às aparições de Jesus permaneceu em Jerusalém, orando e esperando a promessa de “do alto serem revestidos de poder”.

12º Kairós –Descida do Espírito Santo

      Esse evento, acontecido no Dia de Pentecostes, o Espírito Santo que Jesus havia prometido desce de forma sobrenatural sobre um grupo de 120 cristãos. O evento foi marcado por línguas sobrenaturais e pela conversão de milhares de pessoas ao Cristianismo.

12º Cronos

      O tempo que se inicia no Pentecostes e que dura até os dias de hoje, ou seja, quase dois mil anos. Nesse tempo, a Igreja cresceu e se espalhou pelo mundo inteiro. A história do Cristianismo mostra momentos de altos e baixos, milagres, avivamentos, mas também muitas crises, que provocaram várias intervenções divinas, trazendo reformas, sempre com o foco de trazer  Igreja de volta ao Cristianismo original e de volta às Escrituras.

13º Kairós – O Arrebatamento da Igreja

      O próximo Kairós que aguardamos é o arrebatamento da Igreja, relatado de forma explícita em I Tessalonicenses 4 e citado em I Coríntios 15 e em Mateus 24. A Bíblia fala de um momento em que os mortos em Cristo ressuscitarão e, depois, junto com os cristãos que estiverem vivos, serão levados em corpo glorificado às nuvens para encontro com Jesus.

13º Cronos

      O período entre o arrebatamento e a Volta de Jesus vai durar sete anos, tratando-se da última semana de Daniel. Nesse período a Terra estará sob o domínio do anticristo e do falso profeta e, na metade da semana inicia-se o período chamado de Grande Tribulação. É o período com a finalidade principal de salvar o remanescente de Israel.

14º Kairós – A Volta de Jesus

      A Bíblia revela que Jesus voltará no Monte Sião com 144.000 selados vindos das Tribos de Israel. Nesse momento, o povo de Israel que estava escondido no deserto voltará e o reconhecerá como o Messias. As demais nações vão cercar Israel, mas serão derrotadas pelo Messias.na Batalha do Armagedom. O anticristo e o falso profeta serão lançados em um Lago de Fogo e Enxofre, Satanás será preso, Jesus assumirá o Reino deste mundo.

14º Cronos

      O Milênio será um período literal de 1.000 anos, quando Jesus estará governando essa Terra, sendo o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. Vários textos bíblicos tratam desse período, tais como Isaías 11, Apocalipse 20. Será um período de paz, harmonia, justiça social, integridade moral. Os animais viverão em harmonia entre si e com os seres humanos. O texto de Apocalipse cita dois povos diferentes convivendo nesse período: as nações e os santos. O primeiro trata de pessoas que permaneceram vivas ao final do Governo do anticristo. São pessoas que ainda terão corpos terrenos, mas morrerão jovens aos 100 anos. O segundo grupo será formado por pessoas que foram arrebatadas, receberam um copo glorificado e voltarão para reinar. Ao final do Milênio, Satanás será solto e vai percorrer as nações, buscando seguidores e vai encontrar gente como a areia do mar. Liderados por Satanás, portanto, as nações marcharão contra o acampamento dos santos na Batalha de Gogue e Magogue, mas serão derrotados por Jesus.

15º Kairós – O Juízo Final

      Ao final do milênio, os mortos que ainda não haviam ressuscitado antes do arrebatamento (primeira ressurreição) vão ressuscitar (segunda ressurreição). As pessoas serão julgadas pelo o que está escrito em livros, mas só serão salvas as que tiverem o nome escrito no Livro da Vida. Aqui começa a eternidade.

Did you find apk for android? You can find new Free Android Games and apps.
0 respostas

Deixe uma resposta

Want to join the discussion?
Feel free to contribute!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *