PORQUE UM CRISTÃO SÓ DEVE VOTAR EM CRISTÃO
Há algum tempo tenho refletido sobre em quem um cristão deve ou não votar. Tinha comigo a convicção de que, como cristãos, não podemos votar em um ímpio, mas a base bíblica para isso sempre me pareceu um pouco frágil. Até que o esclarecimento me veio.
Pesquisando o assunto na Internet, vi diversas explicações que não conseguiram me levar a um denominador comum. Alguns defendem o óbvio: um cristão deve basear na Bíblia, sem entretanto se definir o que a Bíblia diz a respeito. Existem também aqueles que usam a Bíblia para defenderem que não se vote em alguém, esquecendo-se que as mesmas citações condenariam também o voto no outro candidato indicado.
Dois textos bíblicos definem claramente o voto do cristão em outro cristão: “Porás certamente sobre ti como rei aquele que escolher o Senhor teu Deus; dentre teus irmãos porás rei sobre ti; não poderás pôr homem estranho sobre ti, que não seja de teus irmãos” (Deuteronômio 17:15) e “Quando os justos governam, alegra-se o povo; mas quando o ímpio domina, o povo geme” (Provérbios 29:2).
O grande problema é que para se formar uma doutrina é necessário três textos bíblicos distintos e pelo menos um deles deve estar no Novo Testamento e os dois textos estão no Antigo Testamento. Um deles trata de um preceito da lei e o outro se trata de um princípio geral. Como princípio, tem que ser considerado válido em qualquer época ou situação, mas, ainda assim, esbarra-se na falta de confirmação no Novo Testamento.
De repente, me deparei com a solução do dilema; Estava ensinando em uma Igreja e, como sempre, quem ensina, às vezes aprende. Ao falar sobre o problema da questão do voto e da dificuldade que a não citação no Novo Testamento trazia à questão, um aluno lembrou-me que o voto em uma pessoa significa uma associação com ela. O referido aluno citou então o texto: “Entretanto, agora vos escrevo para que não vos associeis com qualquer pessoa que, afirmando-se irmão, for imoral ou ganancioso, idólatra ou caluniador, embriagado ou estelionatário. Com pessoas assim não deveis sequer sentar-se para uma refeição” (I Co 5:11).
O aluno citou o texto e afirmou que era melhor votar em um ímpio do que em um falso cristão. O que ele se esqueceu é que existe um outro texto que diz: “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel?” (2 Coríntios 6:14,15). Ou seja, partindo-se da ideia básica que o voto nos leva a associar com alguém, pois envolve confiança e delegação de poder, os dois textos citados deixa claro que um cristão não pode votar em um ímpio nem em um falso cristão. Na ausência de um candidato genuinamente cristão, devemos votar em branco ou nulo. Parece antidemocrático, mas é bíblico.